segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Governo do DF deixa autódromo fora do plano de obras e espera proposta de investidores estrangeiros para reforma

By Rodrigo Vasconcelos, do R7






Obras na pista de Brasília estão paradas há seis meses
Rodrigo Vasconcelos / R7 DF



Pelas expectativas da Terracap (Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal), a alternativa para reabrir o Autódromo Nelson Piquet em Brasília pode vir de investidores internacionais. O GDF (Governo do Distrito Federal) pediu a uma agência britânica de consultoria em automobilismo que desenvolvesse um projeto para as obras da pista, que estão paradas desde janeiro, e não entraram no plano do governo divulgado nesta quinta-feira (16).



A Apex Circuit Design elaborou uma proposta de reforma e ampliação do autódromo para adequá-lo às normas da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). No entanto, com um valor de R$ 359 milhões, o projeto não poderia ser bancado pelo GDF, e por isso foi apresentado para empresários de outros países e, segundo a Terracap, alguns deles demonstraram interesse em investir nas obras.



Se a iniciativa privada, seja nacional ou estrangeira, aceitar a proposta do GDF, isso significa que a empresa cuidará do autódromo através de uma PPP (Parceria Público-Privada) ou por uma concessão. Nesta semana, a Terracap deve mandar essa ideia para ser analisada pelo comitê gestor das parcerias, chefiado pelo secretário de Economia do DF, Arthur Bernardes.



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Com reforma parada, Autódromo de Brasília não tem previsão de retornar atividades



No entanto, se não houver empresários interessados, o GDF terá de bancar uma reforma mais simples no Autódromo Nelson Piquet, com orçamento de R$ 35 milhões. Só que o presidente da Terracap, Alexandre Navarro, espera um acerto com a iniciativa privada, para tirar do governo o custo de manutenção do local.



— O autódromo custa R$ 450 mil por mês só de manutenção. Se conseguirmos a concessão, nós tiramos essa conta do governo, recebemos o recurso da empresa que vencer a licitação, e a população pode aproveitar a pista não só para eventos e corridas, mas também para visitação.



Caso o GDF tenha que bancar a reforma mais modesta, terá ainda de vencer um embargo imposto pelo TCDF (Tribunal de Contas do DF). Entre as irregularidades encontradas na análise que havia sido feita pelo corpo técnico do Tribunal estavam o sobrepreço de R$ 34 milhões, além de duplicidade de serviços e falhas graves no projeto básico de engenharia.



Eventos só em 2016



Na quarta-feira passada (8), o presidente da FADF (Federação de Automobilismo do DF), Luiz Caland, se reuniu com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg e com o piloto tricampeão mundial Nelson Piquet para falar sobre o autódromo. Segundo Caland, o cenário descrito no encontro era de um processo acelerado para realizar corridas de categorias nacionais do automobilismo ainda em 2015.



— Falta pouco para a conclusão da pista, já está 70% pronta. Também falta a parte da zebra, os guard rails e os alambrados. Os boxes serão feitos com estruturas provisórias, porque o pessoal da Fórmula 3 e da Stock Car já usam muito isso. Já temos um projeto pronto e aprovado, e depois que passar o trâmite burocrático, a expectativa é de ter o autódromo pronto ainda este ano.



Pelas expectativas da Terracap, porém, depois que o governador lançar o decreto para receber as propostas de reforma, só depois de 120 dias devem escolher a empresa vencedora. Ou seja, segundo Alexandre Navarro, a previsão mais otimista aponta um início das obras em dezembro de 2015, o que impede a realização de eventos no local neste ano.



Segurança da pista



A reforma do Autódromo Nelson Piquet deve atender a medidas necessárias de segurança, como o recapeamento do asfalto e a ampliação das áreas de escape, que não foi feita em mais de 40 anos de história da pista.



A demanda dos pilotos por melhorias nas condições de segurança do autódromo ganhou mais força depois da morte da motociclista Vanessa Daya, em julho de 2013. Ainda que o acidente tenha sido uma fatalidade, o caso reacendeu as discussões sobre as obras necessárias para que Brasília possa sediar grandes eventos nacionais e internacionais de automobilismo.



No entanto, a crise financeira e as irregularidades encontradas pelo TCDF impediram o andamento das obras, de modo que etapas internacionais de motovelocidade e da Fórmula Indy, que seriam disputadas no Nelson Piquet, foram canceladas. Categorias nacionais como a Stock Car e a Fórmula Truck também tiveram de transferir as provas para outras pistas.



Em protesto pela demora da reabertura do projeto, um grupo de pilotos e amantes do automobilismo seguiu em carreata do Lago Sul até Abadiânia (GO) no último sábado (11). Eles saíram em 60 carros esportivos de marcas famosas como McLaren, Ferrari, Porsche, Lamborghini, BMW e Audi.



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Via:: R7



Governo do DF deixa autódromo fora do plano de obras e espera proposta de investidores estrangeiros para reforma

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