By Do R7
Gravação de 31 segundos mostra as agressões em sala de aula
Reprodução/ WhatsApp
Desde o início do ano letivo no Distrito Federal, em fevereiro, um adolescente negro, de 13 anos, estudante de uma escola pública da Asa Sul, área central de Brasília, sofre bullying e injúria racial de um colega de classe. Calado, o estudante recebe apelidos pejorativos por causa de sua cor e certa vez foi ameaçado pelo colega de classe de ser jogado em um esgoto na porta da escola.
— “Eu vou te jogar no esgoto”, ele dizia isso para o meu sobrinho, conta a tia da vítima, Francine Azevedo.
As agressões violentas ganharam contornos mais graves na segunda-feira (18) da semana passada, quando um vídeo, de autoria indefinida, mostra dois colegas batendo no garoto. Nas imagens, ele tenta se defender enquanto o outro bate e segundos depois conta com a ajuda de outro agressor. Depois de ver as imagens, a família do jovem ficou sabendo das agressões e injúrias raciais ao qual era submetido a cerca de três meses.
Vídeo mostra agressão física contra aluno negro dentro de sala de aula no Distrito Federal
O adolescente estuda no Centro de Ensino Fundamental 05 da Asa Sul, na quadra 408. Morador do Itapoã, ele levanta às 4h30 da manhã para pegar um ônibus que percorre um trajeto de 22km entre sua casa, na periferia do Distrito Federal, e a área central da Capital Federal. A família, ao matricular o menino nesta unidade de ensino, pensava que ele seria beneficiado por um plano pedagógico que atenderia suas necessidades. Ele toma remédios para o tratamento de déficit de atenção e dislexia. Onde estudava antes não havia estrutura para atendê-lo.
Tratado na escola como um “mal entendido”, o caso será acompanhado pelo Conselho Tutelar da cidade. Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que convocou diretoria, professores, os pais dos envolvidos e o Conselho Tutelar para uma reunião conciliatória. A pasta, responsável por zelar pelo bem estar de alunos, professores e comunidade escolar, “pretende solucionar o fato dentro da tratativa do entendimento e do perdão”.
Em nova reunião marcada para esta terça-feira (26), a família da vítima não pretende perdoar as agressões e se preocupa com as represálias da escola e dos outros estudantes.
— A real situação não é falada, ele vai sofrer olhares, repreensões. Sempre fica na base do perdão e fica por isso mesmo, diz uma pessoa da família do garoto.
O vídeo que comprova as agressões sofridas pela vítima foi encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Delegacia da Criança e do Adolescente.
Assista o vídeo:
Via:: R7
“Ele ameaçou jogar meu sobrinho em um esgoto", diz tia de adolescente negro agredido em escola pública do DF
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