By José Eduardo
Até a tarde desta quarta-feira, nenhum ônibus de cinco empresas deve circular. Sindicato fará assembleia no domingo, com indicativo de greve geral
Correio Braziliense
Rodoviários de cinco empresas de ônibus cruzaram os braços nesta manhã de quarta-feira (27/5), alegando falta de acordo na negociação da data-base com as empresas. Segundo o sindicato da categoria, nenhum coletivo das empresas Piracibana, Urbi, Marechal, Pioneira e São José não deve circular até a tarde de hoje. A paralisação relâmpago de cerca de 12 mil trabalhadores afeta ao menos 1,5 milhão de passageiros de todo o Distrito Federal, segundo o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans). Aproximadamente 2,5 mil coletivos devem ficar estacionados nas garagens.
A população já sente os transtornos da paralisação no centro da capital, onde foram fechados os acessos à Rodoviária do Plano Piloto. Duas faixas do Eixo Monumental estão fechadas: uma no sentido Esplanada dos Ministérios e outra no sentido Rodoferroviária. Os rodoviários estão parando aos poucos, desde as 10h30, e deixando os ônibus nas vias. O objetivo é pressionar os patrões a assinarem o acordo coletivo.
Rosiane Martins, 26 anos, é balconista em um quiosque da Rodoviária do Plano Piloto. Ela saiu do trabalho ao meio-dia e não sabe como voltará para casa, em Planaltina. “Não tenho como ir embora, o transporte pirata cobra R$ 10 e só estou com o vale-transporte”, disse a balconista. Apesar dos transtornos, ela acredita que os rodoviários têm o direito de protestar, mas deveriam fazer um movimento que não prejudicasse tanto a população.
No entanto, essa não é a opinião da maioria que aguarda na rodoviária. O tosador de animais, Fábio de Jesus, 34 anos, não sabia da paralisação e foi surpreendido ao tentar chegar ao trabalho. “Os empresários é que deveriam pagar por isso, não a população. Nós é que ficamos prejudicados”, disse Fábio, atrasado há mais de 45 minutos e sem previsão de chegar à empresa em que trabalha, no Varjão.
Um dos diretores, Marcos Júnior Duarte, disse que já foram realizadas quatro rodadas de negociações, mas, até o momento, as empresas não apresentaram propostas. Sem acordo, os trabalhadores devem se reunir em assembleia no domingo (31/5), às 9h, com indicativo de greve geral para a segunda-feira (1°/6). Segundo a associação das empresas, a paralisação não tem justificativa, já que as negociações ainda estão ocorrendo. Na última proposta feita, na quinta-feira (21/5), as empresas afirmam que chegaram a oferecer um reajuste de 8.34%, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, mas a categoria não aceitou. No ano passado, os rodoviários tiveram uma reajuste salarial de 20%, um dos maiores para a categoria em todo o país em 2014.
A Secretaria de Mobilidade (SEMOB-DF) informou que está acompanhando de perto a paralisação e tomará as medidas judiciais cabíveis para garantir a continuidade do serviço. “A paralisação dos rodoviários foi feita sem o aviso prévio previsto em lei, que é do mínimo 72 horas de antecedência”, informou a secretaria em nota. A SEMOB disse entender que as negociações salariais dos rodoviários é um assunto das empresas.
Caos no transporte público
A paralisação ocorre ao mesmo tempo em que cerca de 42 mil passageiros de cinco regiões administrativas ficaram sem ônibus, por conta da paralisação de rodoviários da cooperativa Cobrataete, que faz as linhas Varjão, Lago Norte, Planaltina, Paranoá e Itapoã. Eles reivindicam o pagamento do tíquete, cesta básica e o salário que está atrasado.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Diógenes Nery, 140 motoristas e cobradores que trabalham em 50 microônibus estão parados. “Os funciónarios da empresa já haviam feito uma paralisação na última semana e o governo garantiu que faria o repasse de R$ 38 mil até esta terça-feira (ontem)”. Ele afirmou ainda que a empresa alega não ter dinheiro porque o GDF ainda não fez o repasse. Em nota, o DFTrans disse que pagará os salários em atraso até sexta-feira (29/5).
Via:: Visão Nacional
Em campanha salarial, rodoviários fazem paralisação em todo o DF
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