sábado, 27 de fevereiro de 2016

Congresso e Ministério Público do Peru Investigam Lava Jato

By Lumi Zúnica, especial para R7






Anotações em celular de Alberto Youssef permitiu à polícia encontrar ligações com funcionários públicos peruanos
Agência Brasil



Uma Comissão de Investigação foi instalada no Congresso peruano, em 2015, para investigar o caso de corrupção envolvendo construtoras brasileiras e autoridades peruanas e ficou conhecida como a Comissão da Lava Jato.



Os parlamentares ordenaram a quebra de sigilo bancário dos candidatos à presidência Pedro Pablo Kuczynski do partido El Kambio e Alejandro Toledo, ex-presidente e atual candidato do partido “Perú Posible”, além de outras 20 pessoas, entre as quais estão funcionários do MEF (Ministério de Economia e Finanças) e da estatal Proinversión que trabalharam nos governos de Alejandro Toledo, Alan García y Ollanta Humala.



No âmbito de outra “megacomisão”, espécie de CPI anterior a da Lava Jato encarregada de investigar 10 casos de corrupção do governo Garcia, o congressista Sergio Tejada (Dignidad y Democracia) afirmou que iria propor a criação de um sub-grupo de fiscalização para investigar os negócios da lobista brasileira Zaida Sisson, em especial a denúncia de ter recebido US$ 210 mil entre 2009 e 2010 em troca de intermediar contratos entre as empresas Galvão engenharia e Engevixen. O dinheiro teria sido pago em 20 transferências efetuadas pelas empresas.



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Segundo o parlamentar, o primeiro passo seria o de identificar todas as concessões que o governo do partido aprista outorgou a essas empresas e apurar as suspeitas de subornos pagos pela Camargo Correa ao governo de Alejandro Toledo (2001-2006) pela concessão do “Tramo IV” das obras da rodovia Interoceánica, que une Peru ao Brasil.



Em defesa de Alan Garcia, o líder aprista Mauricio Mulder, defende o ex presidente e acusa o atual governo de Ollanta Humala de favorecer a empresa Odebrecht com o contrato para construção do gasoduto sul andino, valorizada em US$ 7.5 bilhões. A obra foi outorgada sem licitação.



Ministério Público do Peru investiga Lava Jato



O Ministério Público peruano investiga, a pedido do procurador anticorrupção Joel Segura, a relação entre o Caso Lava Jato no Brasil e funcionários dos governos Alan Garcia e Alejandro Toledo.



Segundo Segura o “Escritório de Cooperação” da procuradoria já vem recebendo informações do Brasil e um grupo de promotores e um magistrado peruano estiveram pelo menos três vezes no Brasil em julho e novembro de 2015 e janeiro deste ano.



O magistrado Hamilton Castro e seu adjunto Sérgio Jimenez Niño, estão encarregados de investigar subornos pagos pelas construtoras brasileiras a funcionários peruanos em obras de grande porte como a construção da Rodovia Interoceanica, que liga o Brasil ao Perú desde o oceano Atlântico em São Paulo ao Pacífico na capital peruana, assim como a construção da Estação de Tratamento de Água de Huachipa entre outras obras durante os governos dos presidentes Alan Garcia e Alejandro Toledo, além de possíveis atos de corrupção do atual governo de Ollanta Humala.



A primeira vez que Castro esteve no Brasil se reuniu com investigadores da Lava Jato em Curitiba. Numa das viagens ele teria interrogado três envolvidos nas investigações no Brasil.



Alonso Peña, que chefia a Unidade de Cooperação Judicial Internacional e de Extradições da Procuradoria também integra o grupo de investigadores da Lava Jato que estiveram no Brasil e busca estabelecer a participação de Zaida Sisson como operadora dos negócios entre as construtoras e o governo peruano e o pagamento de subornos a funcionários de alto escalão.



OAS na Lava Jato peruana



Um dos casos de maior destaque é a investigação que envolve a Construtora OAS, acusada de ter transferido US$ 6,15 milhões para o pagamento de subornos a funcionários peruanos, conforme relatado pelos irmãos Leandro e Roberto Trombeta.



Segundo Roberto, a dupla teria aberto 8 “offshores” no Panamá e Holanda para transferir dinheiro proveniente de lavagem mediante contratos fantasmas. Uma delas, a Kingsfields Consulting Corp., teria recebido dinheiro da OAS oriundo do pagamento de obras realizadas no Peru.



Trombeta é um investigado pela PF que fechou acordo de delação premiada após ter sido identificado como operador da UTC Engenharia no esquema de pagamento de propinas dos contratos da Petrobrás. Roberto Trombeta foi descoberto pelos investigadores por meio de registros encontrados no telefone celular do doleiro Alberto Youssef.


Via:: R7



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