domingo, 25 de janeiro de 2015

Com superlotação de quase 100%, complexo prisional do DF abrigou mensaleiros, bicheiro e líder do PCC

By Do R7*






Complexo tem uma das dez maiores penitenciárias do País, a PDF I, que abriga 1.584 detentos
Marcello Casal Jr/Agência Brasil



Principal complexo penitenciário da região Centro-Oeste, a Papuda abriga 12 mil presos, de acordo com a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal), desafiando – quase ao dobro – a capacidade de 6.400 detentos. Em sua história, o local já hospedou figuras de grandes e recentes escândalos da política brasileira, como José Dirceu, José Genoino e Marcos Valério, envolvidos no Mensalão.



Segundo José Carlos Lóssio, subsecretário do Sesipe (Sistema Penitenciário), para diminuir o déficit de vagas, estão em construção dois blocos no complexo da Papuda: um no CDP (Centro de Detenção Provisória) – que já tem mais de 50% das obras concluídas – e comportará 400 pessoas; e outro na penitenciária feminina.



Ainda em fase de licitação, o Sesipe informou que serão construídos outras quatro penitenciárias dentro do Complexo da Papuda. Serão mais 3.200 vagas, ampliando a capacidade de detentos no local. Fica para 2016 previsão de conclusão da construção destas novas penitenciárias.



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Lóssio credita a superlotação à falta de inauguração de novas unidades. O subsecretário contou que a última unidade prisional foi inaugurada há 10 anos.



— O fluxo de presos aumentou nesses últimos dez anos. Os presídios estão sempre recebendo novos presos.



De acordo com Cléber Monteiro, especialista em segurança e ex-diretor da Polícia Civil do DF, o número de detentos interfere diretamente na ressocialização.



— Essa quantidade de presos não é o adequado e recomendado por normas internacionais e até mesmo pela condição humana.



Monteiro acredita que a solução para a superlotação na Papuda é a construção de um novo complexo. Outra medida que pode aliviar a pressão do atual sistema prisional seria o aumento de detentos que trabalham durante o dia.



Quanto ao sistema prisional, o especialista acredita que é preciso ter um acompanhamento ao detento após a saída da prisão. O objetivo seria investigar o efeito da ressocialização, procurando saber o que o preso está fazendo, se está trabalhando, por exemplo, a para saber se o ex-detento pode voltar ao mundo do crime.



A Papuda



A cerca de 30 km da região central de Brasília, e inaugurado em 16 de janeiro de 1979, o complexo da Papuda já viveu duas rebeliões, uma 2000 e outra 2001; na pior delas, em agosto de 2000, foram 11 presos mortos: nove asfixiados e outros dois queimados. Em todos os registros de fuga, o maior número de desertores foi de seis, no ano de 2013. São servidas quatro refeições diárias para cada detento, totalizando 48 mil alimentações por dia.



Conforme o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), o presídio PDF I (Penitenciária do Distrito Federal I), que faz parte do complexo da Papuda, é o oitavo do Brasil na capacidade de vagas, podendo receber até 1.584 presos. A unidade é um estabelecimento de segurança máxima, é mais moderna do que o resto do complexo e possui biblioteca, oficinas de trabalho e salas de aula. Além disso, conta com um núcleo de saúde, com consultórios médico e odontológico, além de psicólogos.








Envolvido no escândalo do Mensalão, José Dirceu ficou preso na Papuda. Outras figuras políticas também foram acolhidas no local
Ed Ferreira/02.07.2014/Estadão Conteúdo



Personalidades



Entre os famosos que já ficaram detidos na Papuda, estão os condenados no julgamento do Mensalão José Dirceu, José Genoino e Marcos Valério. O ex-dono da Vasp Wagner Canhedo foi preso por sonegação fiscal e chegou a ser companheiro de cela do bicheiro Carlinhos Cachoeira.



Outra figura política presa no Complexo é o ex-deputado federal Natan Donadon. Ele foi condenado por desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia.



O ativista italiano Cesare Battisti também ficou preso na Papuda. Ele foi detido depois de chegar ao Rio de Janeiro, em 2007, portando passaporte falso. Na Itália, ele foi condenado por quatro homicídios.



Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o líder da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), passou por vários presídios em 2001 — ele não se estabeleceu em nenhum devido a sua alta periculosidade. Durante esse tour, Marcola ficou por alguns dias no presídio do Distrito Federal.



A Papuda também abrigou, em abril de 1997, os quatro jovens acusados de incendiar e matar o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, que visitava Brasília para participar das manifestações pelo Dia do Índio.



Atualmente o ex-Senador Luiz Estevão cumpre pena na Papuda. Dono de uma construtora, Estevão foi preso pelo crime de falsificação de documentos para justificar dinheiro que saiu de obras superfaturadas da construção do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em São Paulo e foi condenado a três anos e meio de prisão. Ele trabalha como gerente administrativo em uma imobiliária no DF e dorme na penitenciária.



*Colaborou Douglas Lemos, estagiário do R7 DF


Via:: R7



Com superlotação de quase 100%, complexo prisional do DF abrigou mensaleiros, bicheiro e líder do PCC

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