By Do R7
Preconceitos e relatos de como foram presos estão no filme A Ala
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Uma ala de presídio, voltada apenas para homossexuais, com seus dramas, problemas e histórias de vida é o material para o curta-metragem A Ala, com direção do jornalista, morador de Brasília, Fred Bottrel. A produção venceu no último mês o Prêmio Mix Brasil da Diversidade Sexual em três categorias: melhor filme pelo júri popular, menção honrosa pelo júri e também o Prêmio Canal Brasil de Incentivo a Curtas Metragens.
A produção do curta durou seis meses e as filmagens foram realizadas no presídio de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. O jornalista, que idealizou o projeto conta que os relatos colhidos para o filme o impressionaram.
— A maioria deles nem recebe visitas, como os presos da ala comum.
A ideia para produzir A Ala, feito de forma independente entre o diretor e a produtora de vídeos Olada, surgiu pela curiosidade de Bottrel em saber como era uma ala de presídio voltada a homossexuais.
— Fiquei sabendo que existiam alas assim e vi que pouca gente tinha dedicado seu tempo a falar sobre o assunto. Então pensei em fazer o filme.
As filmagens no presídio foram feitas em um dia, em julho deste ano. Seis detentos deram seus relatos de como é convivência no local e de como foram presos. Uma travesti que integra a ala falou sobre o preconceito sofrido.
— No meu B.O. [Boletim de Ocorrência] dizia: “travesti presa por comercializar drogas”. A primeira palavra foi o que? Travesti. A sociedade acha que toda travesti é prostituta ou traficante.
Paraíba cria alas para gays em presídios após denúncias de estupros
Quando as filmagens foram feitas, havia 50 detentos na ala especial. O critério para ir para a seção depende do detento, que deve assinar um “termo de homossexualidade”. Segundo o diretor, uma das vantagens para os presos nesta seção é que eles podem exercer sua identidade de gênero.
— Ao contrário das alas comuns, os presos da ala especial podem manter características como os cabelos longos ou tingidos, maquiagem e unhas pintadas. Eles podem ter mais dignidade em relação à sexualidade.
O estado de Minas Gerais foi o primeiro a garantir ala separada para gays, lésbicas e travestis dentro dos presídios.
Alas especiais
Vítimas de abusos em presídios, homossexuais, travestis e transexuais devem ter o direito de cumprir pena em alas separadas de outros detentos, no entendimento do Conselho Nacional de Combate à Discriminação contra Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis, formado por 15 órgãos do governo federal e 15 da sociedade civil ligado à Secretaria de Direitos Humanos (SDH).
Minas Gerais foi o primeiro Estado a garantir ala separada para gays, lésbicas e travestis dentro dos presídios, Minas Gerais conta com uma rotina diferenciada para detentos homossexuais.
Três presídios da Paraíba criaram alas destinas a detentos transexuais e gays após denúncias de abusos sexuais e discriminação por parte dos demais internos. Lá, as celas especiais foram instaladas nos presídios do Roger, em João Pessoa, e no Serrotão, em Campina Grande. Uma ala na Penitenciária Dr. Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1), na capital, também foi instalada. O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) já estuda a adaptação de alas para gays, lésbicas e travestis.
Via:: R7
Com filme sobre ala gay de presídio, diretor de Brasília vence três categorias em premiação
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