domingo, 1 de março de 2015

Lago Paranoá será usado para abastecimento do DF

By Do R7






A Usina Hidrelétrica do Paranoá é responsável por apenas 2% do total da produção de energia para o Distrito Federal, mas tem grande importância no controle do níveis
Chico Monteiro / R7



Em três anos o Lago Paranoá, um dos cartões-postais de Brasília, será uma alternativa de abastecimento de água para a população do Distrito Federal. Até agora utilizado para lazer, controle de umidade e geração de energia, o recurso hídrico vai chegar às torneiras de 600 mil habitantes a partir de 2018, segundo estimativas da Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal).



A vazão de água para distribuição deve chegar a 2,8m³/s e será utilizada por moradores do Plano Piloto, Sobradinho e São Sebastião. A água do lago, que já foi poluída por esgoto, atualmente é considerada própria para banho, mas ainda vai passar por unidades de tratamento para o uso doméstico.



Onde hoje está o Paranoá já foi uma cidade, inundada artificialmente em 1959 para a construção do lago. O principal objetivo da água abundante era aliviar o clima seco, com umidade baixíssima na época da construção da capital. 56 anos depois do represamento da água, o lago tornou-se uma alternativa de recurso hídrico para a população



Com a estrutura atual, a disponibilidade de água potável no DF acabaria em cinco anos. Para evitar o desabastecimento, a Caesb (Companhia de Água e Esgoto de Brasília) tem em andamento, além do projeto de captação de água do Paranoá, outras três obras: Sistema Produtor Corumbá, Sistema Produtor Paranoá (Lago Paranoá) e Sub-Sistema Bananal (Ribeirão Bananal).



Controle de níveis



Com a nova utilidade para o Lago Paranoá, a preocupação dos órgãos públicos do setor é com a sustentabilidade das águas. Desde 2011, a Caesb, CEB (Companhia Energética de Brasília) e Adasa (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal) desenvolvem um projeto de controle dos níveis do lago. O plano é elaborado no ano anterior ao início do monitoramento. Os níveis de 2015, por exemplo, foram estabelecidos em 2014 levando em conta as previsões de chuva e os diversos usos do recurso hídrico.



O principal desafio da gestão é manter os limites mínimo, que pode variar, e máximo (1000,80) do Lago Paranoá para garantir a utilização para esportes náuticos, paisagismo, manutenção de umidade, geração de energia e tratamento de esgoto. A geração de energia é o principal instrumento de controle das cotas.



A Usina Hidrelétrica do Paranoá é responsável por apenas 2% do total da produção de energia para o Distrito Federal, mas tem grande importância no controle do níveis. A usina tem três máquinas geradoras, que podem ser paradas ou acionadas de acordo com o nível do Lago Paranoá. A Coordenadora de Informações Hidrológicas da Adasa, Camila Campos, explica como funciona a sintonia entre geração de energia e recursos hídricos.



— Se o nível [do Lago Paranoá] ficar muito acima pode trazer refluxo nas estações de tratamento de esgoto, nas galerias de drenagem pluvial e isso tem problema danado, inunda píeres de lazer. Se a cota ficar abaixo do previsto, também temos prejuízos. Houve casos em que a cota perto do mínimo cancelou competições náuticas. A gestão é necessária porque nenhuma das atividades do lago pode ser prejudicada.



Para garantir os múltiplos uso do Paranoá, em janeiro, por exemplo, com a escassez de chuva, a CEB precisou diminuir a produção de energia para manter o nível estabelecido. Neste caso, apenas uma máquina trabalhou na geração de energia para evitar a grande utilização de água. Esta turbina trabalhou menos horas por dia do que o previsto.



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Em fevereiro a geração de energia chegou a parar nos dias sem chuva e alternou entre a utilização de uma entre três máquinas de acordo com os níveis. O único momento atípico, em que a produção precisou ser mantida foi entre junho e julho do ano passado, durante os jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.



— Na copa do mundo houve recomendação dos órgãos federais para que CEB gerasse com a potência máxima durante os horários de jogos para evitar queda de energia. Teve que reunir o grupo [de órgãos reguladores], que concordou em alterar as cotas em junho e julho, explica Camila Campos.



Via:: R7



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