sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Brasília de graça: exposição apresenta 112 obras de Fábio Baroli no CCBB

By Do R7






A partir de fotos antigas de família, Fábio Baroli pintou a séria Quando a seca entra
Divulgação



Está aberta desde esta quarta-feira (28) a exposição Deitei para repousar e ele mexeu comigo, de Fábio Baroli,na Galeria III do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) em Brasília. Ao todo estão expostas 112 obras, entre elas algumas galinhas pelo chão da galeria e trabalhos inéditos feitos exclusivamente para o projeto


A curadoria da mostra é da professora e crítica de arte Renata Azambuja. Com bom projeto expográfico, a arte-educadora conduziu a montagem da exposição de modo que fica fácil para o expectador se sentir no interior do país já ao entrar na primeira sala de exposição.


Nas obras expostas, Fábio retrata cenas de pequenas cidades, áreas rurais, situações familiares, imagens de identificação rápida com qualquer brasileiro, já que guardamos, ainda que em memória, alguma ligação com o campo.


Em relação à representação do ambiente e da figura, do matuto na obra de Baroli, não há como não recordar Almeida Júnior, que também escolheu olhar para o caipira, só que do interior de São Paulo.


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Na série Quando a seca entra, fotos antigas são a matéria-prima pictórica do artista mineiro. Em menor formato, as obras compõem um álbum de família exposto aos fragmentos, que não esconde as intervenções ocorridas ao longo de sua história como relíquia familiar. Assim, transparecem nas pinturas marcas como adesivos infantis colados no álbum ou ausências de fotos que se perderam no tempo.


Chamada informalmente pela curadora de sala de projeção, em uma parte mais isolada da galeria está a enorme pintura A Terra do Zebu e a Casa do Caralho, em que se passa uma a cena de uma manifestação violenta de camponeses, entre figuras que parecem os próprios zebus se revoltando contra símbolos do sistema do agronegócio.


O apelido de Azambuja foi dado à sala provavelmente pelo efeito que a luz usada por Baroli na tela e a paleta da pintura causam em quem olha o fogo tomando conta da composição,cercando a igreja neogótica que revela a localização da cena fictícia: Uberaba, cidade natal do artista.


Pela dimensão e tema a pintura, quem vê pode mais uma vez se reportar ao século XIX e lembrar das grandes batalhas, gênero prestigiadíssimo na época. Mas diferente de Pedro Américo, Victor Meirelles e companhia, a pintura de Fábio é o oposto da representação histórico-oficial do Brasil encomendada aos seus colegas da academia do século retrasado.


Ironia e um certo deboche está presente poética de toda a exposição Deitei para repousar e ele mexeu comigo, cujo próprio título é uma das brincadeiras e trocadilhos que o artista gosta de usar para dar nome aos seus trabalhos. Inclusive as galinhas que parecem que a qualquer momento vão ciscar o chão da galeria são uma resposta aos amigos que disseram que ele iria criar as aves quando decidiu deixar o Rio de Janeiro e voltar para Uberaba.


Serviço:

Deitei para repousar e ele mexeu comigo – pinturas de Fabio Baroli

Data: 28 de outubro a 21 de dezembro, de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil SCES Trecho 2 – Brasília/DF

Entrada Franca



Via:: R7



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