Douglas Lemos/ R7
Criado pelo ex-governador Agnelo Queiroz, o Programa Águas do DF pretendia combater os alagamentos provocados pelas chuvas no Distrito Federal. Mais de dois anos depois da conclusão do projeto, as enchentes se tornaram mais frequentes e mais graves. Pouco do previsto foi executado.
Um temporal de meia hora, em dezembro do ano passado, revelou a necessidade das obras não realizadas. Dezenas de carros ficaram submersos por águas na Asa Norte e a força da correnteza mostrou a deficiência do sistema de captação da água. Com o problema em mãos, o governo atual pretende retomar o Programa Águas do DF para solucionar a antiga questão.
Um levantamento da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos mostra que os locais críticos de enchentes são nas faixas de quadras 01/01 e 10/11 da Asa Norte, 13 da Asa Sul, quadras residenciais e comerciais de Taguatinga Norte e Sul (QNA, QNB, QNC, QND, QNE, QNF, QSA, QSB, CSA e CSB), além das Avenidas Hélio Prates e Comercial.
O programa prevê, nestes locais, a construção de novas redes de drenagem, sistema de retenção de resíduos sólidos para evitar entupimentos, manutenção de vias e preservação de áreas verdes. O último ponto para o urbanista Frederico Flósculo foi crucial da piora das enchentes, principalmente na Asa Norte. Ele vê direta relação entre a construção do Setor Noroeste e consequente retirada de área verde com os alagamentos cada vez mais violentos.
— O espantoso é que os estudos de impacto ambiental do Setor Noroeste deveriam ter passado a limpo essa situação e não fizeram, ao contrário, ocultaram problemas.
Flósculo ainda diz que a solução está no conserto de problemas estruturais graves. Ele cita a Asa Norte como exemplo.
— A Asa Sul foi toda terraplenada, a Asa Norte, não. A Asa Norte tem descidas e subidas. Isso dificulta a realização do mesmo projeto de drenagem.
O Águas do DF, apesar de ser apontado como solução para o problema, pode demorar a sair das esferas burocráticas. Em 2013, O TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) suspendeu a licitação feita no início daquele ano por reclamações de empresas que não foram selecionadas para executar as obras, o que provocou a paralisação dos serviços por um ano.
Depois de vencida a etapa judicial, o projeto foi barrado pelo TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal). Em nota, a Secretaria de Infraestrutura afirmou que tenta atender as recomendações da corte para abrir um edital de escolha das empresas que vão fazer as melhorias necessárias. O custo estimado do programa é de aproximadamente R$ 350 milhões e o prazo de duração da obra é de 24 meses, após a assinatura do contrato.
A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos analisa o projeto para identificar ou não a necessidade de mudanças e aperfeiçoamentos.
Via:: R7
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