By Do R7
A esteticista Wanessa Gyovanna morreu depois de ser atropelada por um motorista bêbado
Reprodução/ Facebook
Há pouco mais de dois meses, João Borges vive a dramática experiência de matar a saudade da filha, de 18 anos, por meio de fotos e recordações. A notícia da morte da jovem, de 18 anos, chegou na madrugada do dia 17 de julho. Horas antes, animada, bonita e desinibida, a esteticista Wanessa Gyovanna Borges da Costa saiu de casa para participar de um chá de fraldas.
Na volta, teve duas surpresas: a gasolina do carro da amiga acabou e as duas desceram do veículo para esperar o combustível que um amigo levaria. Antes de resolver o problema, a última e fatal surpresa da vida de uma jovem, que alimentava uma vasta alegria de viver. Wanessa foi atropelada por um motorista bêbado no acostamento da EPTG (Estrada Parque Taguatinga, a rodovia que liga o Plano Piloto às regiões do Guará, Taguatinga, Águas Claras e outras).
Luiz Lene Pereira de Souza trafegava em alta velocidade e, após o acidente, fugiu sem prestar socorro. A jovem recebeu atendimento do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu minutos depois de chegar ao Hospital de Base, no Plano Piloto. A tragédia vivida pela família de Wanessa é a de pelo menos outras 205, que perderam entes queridos nas vias do DF.
— Ela era cheia de vida, só queria viver. Era uma menina que andava sempre arrumada, queria aproveitar a vida. Ela foi assassinada. A pessoa que dirige bêbada sabe que pode matar alguém, desabafa o pai de Wanessa, João Borges.
Grande parte dos acidentes que ocorre no DF é em rodovias, como a EPTG, ou em vias urbanas, dentro das cidades e que costumam apresentar maior movimento. Uma das cenas chocantes de acidente em uma via urbana aconteceu no dia 16 de outubro. O técnico da Agência Brasileira de Inteligência, Deivid da Silva Alves, morreu ao ser atingido por um carro desgovernado quando esperava o ônibus em uma parada.
O veículo atravessou a pista em alta velocidade e atinge o rapaz. Tudo foi registrado por uma câmera instalada no carro de um motorista de táxi que passava pelo local. De acordo com a Polícia Militar, o teste do bafômetro confirmou que o condutor havia ingerido bebida alcóolica. O teor de álcool no sangue era dez vezes maior que o permitido.
Deivid desistiu de ir trabalhar de carro e morreu atropelado na parada de ônibus
Reprodução/ TV Record
Deivid costumava ir trabalhar de carro toda sexta-feira, mas abriu mão do hábito no que viria a ser seu último dia de vida. Duas semanas antes, ele havia recebido um carro novo, comprado dias antes, e não usou o automóvel porque aguardava uma ligação do seguro para garantir que o carro estava protegido. O pai de Deivid, Raimundo Akves, se diz revoltado com a morte do filho.
— A revolta é muito grande em perder meu filho em um acidente trágico [provocado] por uma pessoa alcoolizada. […] Dizem que ele já vinha fazendo zigue-zague na pista e ceifou a vida do meu filho. Me revolto muito.
Dados do Detran mostram que, como Deivid, 31 pessoas foram vítimas de atropelamento e 30 de colisões, os tipos de acidentes que mais matam.
Uma tragédia que marcou a Capital Federal foi a morte da atriz Carolina Scartezini Battisti, em 2013. A jovem, de 23 anos, morreu atropelada quando se dirigia à Esplanada dos Ministérios de bicicleta para participar de um protesto. O impacto da batida provocou traumatismo craniano e hemorragias internas graves. Ela passou por cirurgia, ficou em coma induzido na UTI e morreu dois dias depois do acidente. Ali acabava o sonho de um jovem atriz em início de carreira.
Atriz morreu aos 23 anos após ser atingida por um carro quando andava de bicicleta
Reprodução/ Facebook
Em sua página no Facebook, uma amiga faz um elogio à menina, que tinha um sonho de ser uma grande atriz de teatro.
— Linda em todos os momentos. Seja no palco ou no teatro da vida. Faça muito TEATRO onde esteja.
Uma de suas últimas postagens fala sobre a convivência com a ausência. “E com o tempo a gente vai se acostumando a conviver com a presença de alguns e com a ausência de outros”.
Um levantamento do ano passado mostra que 406 pessoas morreram vítimas de acidente de trânsito em todas as vias e rodovias em 2014. O número representa um aumento de 6% em relação a 2013 (384). O índice de mortos é de 2,60 a cada 10 mil veículos, abaixo do recomendado pela Organizações das Nações Unidas, de 3,0.
Gastos com acidentes no país
Em 2014, o poder público gastou cerca R$ 40 bilhões por causa de acidentes em rodovias federais, estaduais e municipais, segundo estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O custo do acidente em si, no caso de óbito, é de R$ 646 mil. Em média, um acidente numa rodovia federal custa à sociedade R$ 72 mil reais.
Os acidentes de transporte terrestre no país mataram cerca de 43 mil pessoas e os acidentes nas rodovias correspondem a 20% dessas mortes. Apenas em 2014, ocorreram 170 mil acidentes em rodovias do país, com 8 mil mortes e mais de 100 mil feridos. Quase 65% dos gastos do poder público estão associados à atendimento de vítimas e direitos previdenciários para pessoas que perdem a capacidade de trabalho.
Via:: R7
Famílias lutam para sobreviver após perder parentes vítimas do trânsito no DF
Nenhum comentário:
Postar um comentário